Pesquisa desenvolvida no UNIFEB pode reduzir prejuízos causados por molusco em empresas de energia
Desde 2004 o Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, coordena ação nacional para conter a expansão do mexilhão-dourado, uma espécie que causa prejuízos ambientais e econômicos por ter uma reprodução rápida e não ter predador natural. No UNIFEB, o Laboratório de Ecotoxicologia dos Agrotóxicos (LEEA) está com 70% de uma pesquisa concluída para o desenvolvimento de produtos anti-incrustantes para o combate ao prejuízos do molusco Mexilhão-Dourado, e que envolve alunos dos Cursos de Agronomia e Zootecnia do Unifeb; sendo dois deles bolsistas do projeto. A pesquisa possui financiamento da CESP – Companhia Energética de São Paulo, e do PED.
Os mexilhões provocam, entre outras coisas, a redução do diâmetro, a obstrução de tubulações das companhias de abastecimento de água potável e o entupimento de filtros das turbinas no setor de geração de energia, entre outros problemas. Em alguns locais, podem ser encontradas concentrações de mais de 40 mil mexilhões por metro quadrado. Em consequência disso, as empresas de saneamento e de energia elétrica precisam fazer manutenções específicas e mais frequentes, com isso há custos adicionais, e que depois, no final é inserido possivelmente na conta do consumidor.
De acordo com o professor Claudinei Luz, os estudos da pesquisa neste momento avaliam os impactos ambientais dos produtos anti-incrustantes para analise, e o monitoramento da pesquisa é realizada dentro do LEEA , onde são controlados e mensurados esses impactos.
“Estamos trabalhando na pesquisa com alguns produtos químicos a base de cloro, um desincrustante. O objetivo é formar um tipo de ‘película/filme’ na superfície onde é o produto é aplicado, não permitindo assim que o mexilhão se encrustar naquele local. O molusco se instala e procria nas tubulações, podendo obstruir os canos de água; e nas estruturas de energia, causando a suspensão do fornecimento da corrente elétrica. A limpeza dos equipamentos onde ele se instala tem um alto custo para as empresas. O organismo pode prejudicar também a piscicultura, as usinas e a navegação ”, explica o professor.
Os testes até o momento estão comprovando a eficiência do produto desincrustante e não foram registrados impactos ambientais prejudiciais, segundo o professor Claucinei Luz. O final da pesquisa acontece no mês de dezembro, quando será entregue um livro a CESP com informações sobre: a parte da corrosão, da avaliação do impacto ambiental da biodicação e a parte de ecotoxicologia.
O Mexilhão-Dourado
O mexilhão-dourado é um organismo exótico que possui quatro centímetros em média, é oriundo do sudeste asiático, e chegou à América do sul; na Argentina, e depois ao Brasil (já está por todo o Sudeste, e a caminho ao Centro – Oeste e o Nordeste do país) a bordo de navios, no lastro de água usado para dar estabilidade às embarcações. Ele é prolífico e adaptável, o mexilhão-dourado é exemplo acabado de consequências desastrosas impostas pela introdução - acidental ou intencional, num determinado ecossistema.
O Molusco é bivalve (duas conchas) da família Mytilidae, o mexilhão-dourado (Limnoperna fortunei) vive em água doce e salobra. Além disso, possui um ciclo de vida que envolve uma fase larval, no qual o organismo sobrevive livremente nas águas, e uma fase adulta, na qual o animal gruda a superfícies submersas, o mexilhão conta com a ajuda humana para se espalhar, aderindo a barcos, ou na forma larval em restos de água ou plantas aquáticas.